Uma reflexão sobre a dificuldade de implementação da I-A nas escolas portuguesas
Sabemos que a I-A poderá ir para além da educacional tal como sabemos que poderá extravasar a principal função (das inúmeras conhecidas e cada vez mais) do professor, que é ensinar. No entanto, e tendo em conta estes pressupostos, parece-me que a sala de aulas se elege como o local de excelência para aplicar o processo de I-A numa escola. Surgem assim algumas interrogações sabendo-se, no entanto, que algumas só poderão ser respondidas após a identificação do problema em concreto e/ou no decorrer do processo:1. Quais os objetivos que podem ser considerados pertinentes e convincentes a incluir no processo de I-A que se pretende desenvolver no sentido de melhorar a prática profissional especifica e particular?
2. Que registos e solicitações terão de se realizar como forma de credibilização do processo para o poder assumir perante os restantes professores (penso que a comunidade escolar será demasiado abrangente e a chamada comunidade educativa ainda mais despropositada para a discussão deste tipo de atividades) como sendo uma I-A?
3. Como informar e convencer a comunidade dos líderes intermédios da escola que se pretende desenvolver um processo destes sabendo-se que a sua grande maioria tem somente experiência de ensino e poucos conhecimentos nestes domínios?
4. Como o professor/investigador adquire as horas necessárias no seu horário semanal para poder realizar o processo sabendo que o tempo do professor está super ocupado devido à rigidez dos currículos, sobretudo os que são sujeitos a exames nacionais, e super preenchido com atividades de projetos preestabelecidas no início do ano letivo?
5. Partindo do pressuposto que são necessários esses registos, onde se deverão arquivar, numa atitude necessariamente burocrática (e útil, na minha opinião), caso, por exemplo, o objeto de estudo esteja na turma que o professor/investigador leccione? No PEE? No PAA? No PCT? No PCE? Em todos?
6. Que postura ética se deverá tomar perante os sujeitos/alunos sabendo-se que estes têm também de participar ativamente e conhecer claramente os objetivos do estudo se, por exemplo, existir necessidade de “vasculhar” os processos individuais de cada aluno sabendo-se que os professores estão obrigados ao sigilo profissional perante os outros alunos?
7. Que fases/etapas se deverão utilizar no processo tendo em conta a posição epistemológica que existe perante o problema identificado? Quais as etapas que se deverão “saltar”?
8. Como aplicar os conhecimentos resultantes da investigação no sentido de mudar a prática?
Luis Ricardo (2011)