Uma colagem à politica educativa no que respeita ao reconhecimento e validação de competências
Este texto pretende provocar uma reflexão em torno da alfabetização no que concerne às suas transformações conceptuais e à sua relação com a necessidade, e importância, de se acreditarem os conhecimentos adquiridos na chamada educação informal. Centrar-me-ei numa visão global e nas vantagens que a sociedade obtém com um paradigma educacional aberto e promocional para todos. Abordarei, assim, os conceitos relacionados e a correspondente delimitação. Seguidamente tentarei falar das suas vantagens.
Considerando-se o conceito tradicional de analfabeto como aquele que não sabe ler nem escrever numa idade superior a 10 anos (é de todo necessário uma delimitação, caso contrário poderão acontecer resultados enviesados como no caso dos censos da Finlândia há dois séculos onde apresentaram, admiravelmente, 98% de alfabetizados) e considerando-se que, com toda a certeza, cada vez existem menos, pois, situam-se sobretudo numa idade avançada e actualmente poucos são os que não frequentam o 1º ciclo, importa então avançar com uns conceitos mais actuais: analfabetismo funcional ou iliteracia. Um iletrado poder-se-á considerar todo aquele que não é capaz de utilizar as habilidades necessárias no dia-a-dia. Podemos então dizer que o rótulo de iletrado depende da perspectiva de quem observa. Por exemplo, existe uma comunidade de agricultores na África (Sahel) onde poucos sabem ler e escrever (analfabetos tradicionais, portanto) mas revelam uma excelente comunicação oral e uma excelente capacidade de cálculo matemático respondendo muito bem às suas necessidades da vida quotidiana. Ou seja podem ser considerados analfabetos, segundo um conceito redutor, mas que tiveram as suas aprendizagens através de um ensino informal, paralelo ao ensino formal, que lhes garantiu todas as ferramentas necessárias para ter uma vida de sucesso naquela sociedade.
Assim, chegámos a uns paradoxos que convém esclarecer: podemos ter um analfabeto (não sabe ler nem escrever) mas não ser iletrado (domina as habilidades necessárias no dia a dia) e podemos ter um alfabetizado que é iletrado.
Referência bibliográfica
FONTES, Irene, e GRAÇA, Teresa (org.) – Alfabetização. Cadernos de Formação nº 2. Núcleo de Educação Recorrente e Extra-Escolar. Departamento de Educação Básica. Lisboa 1997
Luís Filipe Firmino Ricardo (2008)
Considerando-se o conceito tradicional de analfabeto como aquele que não sabe ler nem escrever numa idade superior a 10 anos (é de todo necessário uma delimitação, caso contrário poderão acontecer resultados enviesados como no caso dos censos da Finlândia há dois séculos onde apresentaram, admiravelmente, 98% de alfabetizados) e considerando-se que, com toda a certeza, cada vez existem menos, pois, situam-se sobretudo numa idade avançada e actualmente poucos são os que não frequentam o 1º ciclo, importa então avançar com uns conceitos mais actuais: analfabetismo funcional ou iliteracia. Um iletrado poder-se-á considerar todo aquele que não é capaz de utilizar as habilidades necessárias no dia-a-dia. Podemos então dizer que o rótulo de iletrado depende da perspectiva de quem observa. Por exemplo, existe uma comunidade de agricultores na África (Sahel) onde poucos sabem ler e escrever (analfabetos tradicionais, portanto) mas revelam uma excelente comunicação oral e uma excelente capacidade de cálculo matemático respondendo muito bem às suas necessidades da vida quotidiana. Ou seja podem ser considerados analfabetos, segundo um conceito redutor, mas que tiveram as suas aprendizagens através de um ensino informal, paralelo ao ensino formal, que lhes garantiu todas as ferramentas necessárias para ter uma vida de sucesso naquela sociedade.
Assim, chegámos a uns paradoxos que convém esclarecer: podemos ter um analfabeto (não sabe ler nem escrever) mas não ser iletrado (domina as habilidades necessárias no dia a dia) e podemos ter um alfabetizado que é iletrado.
Referência bibliográfica
FONTES, Irene, e GRAÇA, Teresa (org.) – Alfabetização. Cadernos de Formação nº 2. Núcleo de Educação Recorrente e Extra-Escolar. Departamento de Educação Básica. Lisboa 1997
Luís Filipe Firmino Ricardo (2008)