A minha visão
Os textos que se seguem neste âmbito (escolas eficazes) são o resultado das minhas observações na Escola durante ±20 anos de ensino. Todos observamos e todos temos ideias. Eu resolvi publicá-las.
Assim, nos textos anteriores com o mesmo tema assume-se a nossa incapacidade de se poder rotular uma escola de eficaz. Começaria no entanto, com toda a certeza e na minha perspectiva, para se poder fazer uma aproximação, por propor um fim para os projectos pró-forma nos moldes em que têm sido elaborados. Parecem-me ser treinos em inutilidade, massacrantes e masoquistas, tais como PEE, PCE e PCT (ver http://revistaensinareaprender.blogspot.com/2007/11/ac-os-projectos-disto-e-projectos.html e http://revistaensinareaprender.blogspot.com/2007/10/pee-um-treino-em-inutilidade.html).
O PCT (com outro nome, sem qualquer “P”) seria um documento simples onde se destacaria a caracterização da turma e os objectivos a atingir tendo como referência os definidos num ideário da Escola (não gosto do nome ideário, muito menos de PEE, mas, neste momento, não estou a lembrar-me de nada melhor).
Este ideário deveria ser publicitado na região (também não gosto do termo comunidade educativa tendo em conta a evolução da sociedade fazendo com que o seu significado não tenha nenhum sentido) a fim de todos os interessados o poderem ler e fazer a escolha da Escola o mais acertada possível sem qualquer limitação geográfica ou outra. Deveria ser anual, tendo em conta a actual velocidade da mudança dos paradigmas socioculturais e a consequente necessidade da adaptação aos paradigmas educacionais (e não o inverso, dado o peso que as economias têm nas sociedades), não ter mais do que 6 páginas A4 (mais capa, índice e introdução) e onde se destacaria:
1- Cursos existentes (oferta da Escola).
2- Características dos recursos materiais e serviços.
3- Características dos recursos humanos, sobretudo da classe docente.
4- Um excerto do RI com os aspectos mais importantes como por exemplo o horário de funcionamento da escola, como se resolvem os casos de indisciplina, um organigrama dos órgãos com as respectivas funções, e pouco mais (perguntem a um EE se sabe qual a função do CP). Os direitos e deveres dos alunos, professores e funcionários (bem como referências ao laicismo, por exemplo) são sobejamente conhecidos por todos, pois são baseados em leis gerais, em regras sociais básicas e em comportamentos e atitudes de civismo (informações do género: “é proibido deitar lixo para o chão”, são despropositadas). Não precisam de fazer parte nem encher qualquer documento interno.
5- Objectivos específicos (não os gerais da educação) expostos de uma forma clara, precisa e realista a que a Escola se propõem para o ano lectivo que se aproxima (por exemplo: taxas de sucesso esperadas em cada curso). Assim teriam de ser, quantificados, exequíveis sem grandes fundamentações teóricas, conhecidos e percebidos por todos de forma a serem dirigidos à comunidade e não somente a meia dúzia de eruditos. Qual o EE que leu o PEE da escola do seu educando? Mais estranho ainda: quantos professores leram o PEE da sua própria Escola?
6- Indicação dos objectivos a que se propôs atingir no ano anterior, quais as metas que foram atingidas e ainda as necessárias razões dos êxitos/inêxitos (chama-se a isto: prestação de contas).
Continua… para o próximo mês.
Luís Filipe Firmino Ricardo (2008)