Uma sugestão para a formação de técnicos profissionais
É como me sinto: psicólogo de electrotecnia. Para reforçar os textos que escrevi anteriormente (ver http://revistaensinareaprender.blogspot.com/2008/05/ao-professores-para-qu.html e http://revistaensinareaprender.blogspot.com/2007/10/12-ano-sim-mas.html) acrescento o seguinte: a criação de cursos educação formação (CEF) públicos nada têm a ver com a formação de profissionais, da especialidade que dá o nome ao respectivo curso, mas apresentam-se como a derradeira alternativa para muitos jovens no sentido de concluírem o ensino obrigatório. Seria uma boa ideia não fosse o estado em que nos surgem estes alunos no acto da matrícula. Eu lecciono em cursos CEF electricista de instalações, quase que em exclusividade, há já uns anos e terei algum entendimento desta realidade. Não tenho é a adequada formação. Nem de electricista, que nunca o fui (tenho passado algumas vergonhas na obra da minha casa), nem de psicólogo que é a área onde sinto a maior falta de conhecimentos para poder lidar adequadamente com estes… como lhes poderei chamar? Bem! Prossigamos…
Estes alunos, com este modelo educacional, ficam muito caros ao Estado tendo em atenção que o (aparente e) principal objectivo não se concretiza, ou seja, só uma percentagem muito ínfima (diria 10%) seguirá para a profissão com o nome do curso que frequentam. Os restantes continuarão a arrastar-se pelos cursos profissionais arrasando a cada vez mais parca paciência dos professores. Basta “observar”. A vantagem, reconheçamos, é que a cultura da escola “fica lá” sobrepondo-se à da rua que seria certamente a única que adquiririam caso não fossem aguentados/sossegados pelos professores.
Parece-me, então, que estes jovens quando chegam aos actuais cursos CEF nível II (maiores de 15 anos) estão já sem qualquer domínio por parte de um normal professor. Necessitarão de outros profissionais da área da psicologia para que possam ser, sobretudo, educados antes de serem formados. Parece-me também que uma das soluções seria pegar nesta “rapaziada” logo no 7º ano e propor-lhes um ensino realmente profissional junto com os verdadeiros no terreno. Ou seja, metade do tempo em aulas onde aprenderiam as teorias gerais e as regras de cidadania e a outra metade em sessões reais de trabalho com a devida supervisão de um professor. Só assim é que se formariam profissionais especialistas, poupar-se-ia imenso material de desgaste nas aulas práticas (que não pode ser aproveitado nos anos posteriores - faz-me lembrar a história dos reclusos a partir pedra cujo produto final não é utilizado em nada), não se deixariam arrastar alunos pelas escolas sem qualquer motivação, não dariam mau exemplo a outros eventualmente interessados (parece até que gozam de uma certa impunidade) e não chegariam aos 15 anos totalmente indomáveis.
Luís Filipe Firmino Ricardo (2009)
Estes alunos, com este modelo educacional, ficam muito caros ao Estado tendo em atenção que o (aparente e) principal objectivo não se concretiza, ou seja, só uma percentagem muito ínfima (diria 10%) seguirá para a profissão com o nome do curso que frequentam. Os restantes continuarão a arrastar-se pelos cursos profissionais arrasando a cada vez mais parca paciência dos professores. Basta “observar”. A vantagem, reconheçamos, é que a cultura da escola “fica lá” sobrepondo-se à da rua que seria certamente a única que adquiririam caso não fossem aguentados/sossegados pelos professores.
Parece-me, então, que estes jovens quando chegam aos actuais cursos CEF nível II (maiores de 15 anos) estão já sem qualquer domínio por parte de um normal professor. Necessitarão de outros profissionais da área da psicologia para que possam ser, sobretudo, educados antes de serem formados. Parece-me também que uma das soluções seria pegar nesta “rapaziada” logo no 7º ano e propor-lhes um ensino realmente profissional junto com os verdadeiros no terreno. Ou seja, metade do tempo em aulas onde aprenderiam as teorias gerais e as regras de cidadania e a outra metade em sessões reais de trabalho com a devida supervisão de um professor. Só assim é que se formariam profissionais especialistas, poupar-se-ia imenso material de desgaste nas aulas práticas (que não pode ser aproveitado nos anos posteriores - faz-me lembrar a história dos reclusos a partir pedra cujo produto final não é utilizado em nada), não se deixariam arrastar alunos pelas escolas sem qualquer motivação, não dariam mau exemplo a outros eventualmente interessados (parece até que gozam de uma certa impunidade) e não chegariam aos 15 anos totalmente indomáveis.
Luís Filipe Firmino Ricardo (2009)