Uma crítica ao facilitismo existente para obtenção de certificados CEF dissimulado pelo acréscimo de competências (que não existem) dos professores
No jornal Expresso de 8-12-2007 vem publicado excertos da carta aberta que o professor Domingues Freire Cardoso escreveu ao Presidente da República. O que ele escreve é certeiro, certeiríssimo. De facto, os Cursos de Educação e Formação (CEF) ministrados nas nossas escolas servem efectivamente para muito pouco. Para além de contribuírem positivamente para as estatísticas do ministério (para as apresentar como bandeira eleitoral), os cursos CEF, PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação) e outras siglas afins vêm demonstrar o que paira nas cabeças dos nossos governantes desde há muitos anos a esta parte, com especial destaque para o actual executivo.Neste sentido, considero modelar uma frase de Ana Benavente ao jornal Público (não sei precisar a data) em que ela refere que para a assunção do combate ao défice não era necessário colocar a cabeça dos professores no pelourinho (os termos poderiam não ter sido estes mas a semântica é correcta). Ora este tipo de ensino em que o enfoque reside na facilidade com que os alunos que frequentam estes cursos podem alcançar os objectivos a que se propõem (facilidade que não é obviamente declarada mas é intuitivamente assimilada), não é mais do que a colocação do professor não no pelourinho mas no cadafalso. Convém nunca esquecer que não é só o aluno que está no centro do processo educativo. E sem dignidade não existe futuro.
Lurdes Rodrigues e outros como ela não são capazes de compreender que a educação, numa realizada interacção pedagógico-didáctica, continua a ser um professor numa sala de aulas a transmitir conhecimentos aos alunos. É tão simples quanto isso. O que está para além disso é já outra coisa.
José E. F. Ricardo